“UM DIA O CÉU AMANHECEU CINZENTO. TODA A SENZALA SE BENZEU, CANTARAM UM CANTO DE PARTIDA, VELHO CONGO MORREU.
NÃO FOI VENDIDO NEM TROCADO, FOI EMBORA E SEM PERMISSÃO.
DEUS CHAMOU, E ELE SE FOI, FOI CUMPRIR SUA MISSÃO.
SENTAR AO LADO DE DEUS, REZAR E PEDIR PELOS SEUS..., PARA ACABAR A ESCRAVIDÃO.”

SER OGÃ

SER OGÃ É SER RESPONSÁVEL

Na nossa Umbanda, linda e cheia de mistérios, o atabaque é um instrumento de enorme valor e com uma função incomparável dentro do terreiro.
Um Ogã, não é apenas Ogã em dia de gira, sua responsabilidade é tão grande quanto a de um Babalaô.

Não podemos achar que somos apenas “músicos”, pois não somos. Nossa função vai muito além de fazermos um simples som, seja ele harmonioso ou desastroso. O toque tem fundamento e tem porquê, afinal, nada é por acaso.
Por isso que se faz necessário a todos os Ogãs estudarem, procurarem aprender a real essência dessa energia tão poderosa que quebra miasmas e transforma uma corrente em gira.
No Candomblé, o Ogã é um Sacerdote escolhido pelos Orixás para estar lúcido durante todo o trabalho religioso, claro, sob forte vibração e irradiação dos Orixás. É “o escolhido” e é abençoado por essa dádiva.
Isso mostra como essa função é importante e faz toda diferença em nossos trabalhos.
Um médium passa por diversas etapas, para quem sabe um dia, se “tornar” um Sacerdote de Umbanda. Estuda a vida toda para obter conhecimentos necessários para alcançar tal feito.
Um Ogã já nasce com a responsabilidade de ser Sacerdote e por isso deve sempre estudar. Deve sim aprender corretamente os toques, os cantos e seus fundamentos.
Um Ogã é como um Pai de Santo, com todas as responsabilidades inerentes ao cargo. Para ser Ogã não basta saber tocar, deve saber o fundamento da Casa, saber qual ponto e a hora certa de usá-lo. É de grande importância para um Terreiro. A necessidade de um atabaque no terreiro não pode ser motivo de desespero ou de atitudes descabíveis, não se pode simplesmente tirar “cara ou coroa” para decidir quem será o Ogã da casa. Isso é imoral diante da grandeza que é essa força.
Observo que muitos Ogãs nunca frequentaram uma escola de curimba, não sabem os nomes e o significado dos toques, fazem a chamada de Orixá com um ponto de sustentação. Como isso é possível?
Acredito sim que o estudo, a dedicação e o respeito se fazem mais do que nunca necessários para que possamos dar o nosso melhor como Ogã de um Terreiro de Umbanda. Temos que ter em mente que médiuns, consulentes, nossa Babá e Babalaô, e muito mais importante, os Guias e Orixás precisam que as energias dos atabaques e dos Ogãs estejam em total harmonia para que os trabalhos sejam mais harmoniosos e mais agregadores.
Como tudo na vida, o estudo e a dedicação são primordiais.
Ser Ogã é privilégio dado pelos Orixás e, já que recebemos essa benção, devemos agradecer da melhor forma possível à toda espiritualidade.
Grandes poderes exigem grandes responsabilidades.
Que possamos transformar nossa Umbanda em uma religião digna com belos ritmos e com muita vibração, harmonia e irradiação divina.
Axé
Fonte:Umbanda Carismática

Um comentário:

  1. Mojubá a todos. muito interessante esse artigo. o problema é que muitos não "nascem Ogans", e algumas Casas pegam qualquer um, simplesmente porque sabem tocar algum instrumento, e colocam, "dão" Cargo de Ogan. o OGAN já Nasce com o Cargo, o que se dá é Responsabilidade na Casa' Axé'

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